MINHAS LEMBRANÇAS CONTINUAM...


Meu avô tinha embarcações e muita gente trabalhava pra ele incluindo os filhos. As embarcações transportavam carvão, madeira, sal para Recife e na volta traziam mantimentos...
O velho Antonio era um português ignorante achava que os barcos e o mar lhe pertenciam e não devia nada ao governo...
Até que a divida ficou tão alta e ele encostou os barcos no trapiche e lá se acabaram.

Todos ficaram desempregados e foram para Recife em busca de emprego, meu pai foi um deles.
Moramos em Recife até o velho ficar desempregado e voltarmos para Acau.
Recife muito diferente tinha luz elétrica, águas nas torneiras e banho de chuveiro, minha mãe aposentou o famoso candieiro a querosene.

Mas eu tive uma experiência muito ruim e essa nunca saiu da minha mente uma senhora muito má resolveu fazer um pirão de carne e me empaturrar, ela me fez comer tanto que quase eu estouro, rolava pelo chão gritando de dor até que uma vizinha me fez vomitar...passei vários dias bem ruim e fiquei com uma dilatação no estomago.
Também tenho lembrança de uma surra que o meu avô ignorante me deu, ele me bateu com cordas dobradas e não me matou porque minha avó me arrancou dele.
A minha mãe me batia com o talo do coqueiro e eu ficava marcada ela me dava um banho de água de sal para não inflamar e me colocava na cadeira de castigo por várias horas.

Por muito tempo desenvolvi um ódio da família, da igreja e do mundo tudo aconteceu entre a minha infância e adolescência.
O mundo bonito e fantástico que eu criei nunca existiu e deve ser isso que a minha mente resolveu me fazer aceitar e procurar a cura.
A fantasia acabou e a realidade deve ser encarada para poder sarar a mente, essas dores estavam apenas escondidas debaixo de um tapete e agora resolveram me enfrentar...












































~E familias moraram juntas em uma casa bem grande

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