ESTOU LEMBRANDO DA MINHA MÃE.

 Mamãe dona Dina, guerreira e cheia de vida, muito inteligente, gostava de se arrumar, se perfumar, gostava de joias, principalmente de ouro, uma velhinha bonita, cheirosa e feliz. 

A diferença entre eu e minha mãe estava exatamente nos adornos e nos perfumes, a sua elegância no falar presente e sempre atuante, enchendo de conselhos a juventude. 

Uma certa noite minha mãe cai no banheiro de madrugada e minha irmã Jarlene não viu somente ouviu o grito dela.Levaram para o trauma, que é um trauma para todos os velhinhos que vão pra lá. Minha mãe fez a cirurgia e estava de alta, arrumei o quarto porque ela ia ficar comigo. 

Quando recebemos do hospital, aquela voz, sua mãe morreu, segundo as línguas poderosas, é uma bactéria, só leva velho, e o povo  morre de medo do covid.

Estou lembrando porque foi nessa época que eu a vi pela última vez, Ela queria me ver e mandou o recado pelo meu irmão, fui eu e meu genro, que ela dizia que era filho dela e era doutor. 

Ela com a voz pouco audível, me pediu perdão das coisas que nós duas passamos, ela me feria e eu a feria, porque o mundo era pequeno para nós duas. Ainda vou escrever um livro com as nossas lidas e lutas pela vida, lutas para dizer ao mundo, eu não vim para esse universo simplesmente para ser pó, quero deixar as marcas do meu aprendizado, quero ajudar pessoas que passarão pelo mesmo vale e deserto que eu passei. 

EITA! DONA DINA, AMANHECI COM MUITAS SAUDADES DE VOCÊ, OBRIGADA POR TER ME ENSINADO TANTAS COISAS. 

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