SECUNDINA MONTEIRO GUEDES DOS SANTOS

MINHA MÃE!
Aprendi a guerrear, com ela, mas estou  também no seu DNA.
Eu entendo quando ela se refere a sua mãe, eu também tive esse sentimento com o meu pai.
Não era de desprezo, mas de dor mesmo, ele não se amava, não se valorizava, não se curtia,
vivia dizendo, que era inferior a todo mundo, que não teve sorte...
Uma mulher como dona Dina se sentia o homem da casa e isso mulher normal, não gosta.
Queremos ver no homem o esteio da casa, a mulher é a base...
Além do ciume doentio que alimentava. NINGUÉM MERECE!
Ela se tornou base e esteio, dava conta de tudo de fazer a feira, dos serviços domésticos, da
nossa educação...E como a velhinha nos educou, quem não aprendeu com ela porque não quis,
ela ensinou a religião, a cidadania e a arte do bom viver.
Talvez nós duas brigamos tanto porque estávamos em lados diferentes, mas, na mesma guerra.
Cada dia era uma batalha até o dia que ela se foi e a guerra acabou.
Gerusa, a ovelha mansa, mama na sua teta e na alheia, a braba nem na sua.  Era uma verdade
eu era tão braba quando fui criança que era capaz de morder seu peito.
Ainda tem gente  assim e vai nascer muito mais, se não seremos devorados pelos espertalhões...
Éramos a carne e o dedo, mas quando ela não me aguentava dizia...Você é o dedo que eu cortei.
Eu olhava pro lixo e pensava, eita Gerusa, danou-se não tem mais mãe, por muito tempo e  a
eliminei da minha vida, para não sofrer esse abandono.
Minha mãe não era má, era uma pessoa  irrealizada, infeliz e não soube lidar com esses sentimento.
QUANTAS MÃES ASSIM EXISTEM HOJE assim?

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