BONECA E BONECAS.

Minha neta tem um quarto cheio de bonecas, geladeiras, fogão, uma cozinha completa, para brincar.
A mãe de vez em quando enche sacos de brinquedos para dar as crianças que não podem comprar.
Brincamos nós duas de realidade, vamos a feira, ao mercado, passeamos c com as crianças nos braços
conversando como duas adultas...
Eu volto o pensamento a minha doce e amarga infância, eu tinha uma boneca cujos braços não se moviam o contorno era apenas pintado, ela tinha milho de pipoca dentro dela e fazia um barulhinho.
Eu conversava com ela, era a minha única amiga, contava minhas alegrias e tristezas e o sonho de
no futuro ser quem hoje sou.
O milho apodreceu e minha mãe jogou a única amiga que eu tinha no lixo. Que maldade fiquei novamente solitária.
Minha avó paterna, fazia umas bonecas de pano que mais pareciam umas bruxas, eu  tinha medo das coitadas e com elas eu não brincava.
Quando volto esse olhar para o passado e contemplo da minha neta no presente, fico agradecida, vejo
a neguinha esperta olhando o comercial e dizendo: Vovó agora eu quero aquela  que vida boa eu posso proporcionar a ela.
Mas de uma coisa eu fico embevecida, até hoje eu lembro dessa coitada, a única amiga que eu tive na infância, nessa vida.



Comentários

Postagens mais visitadas