SAUDADES DO VELHO ZÉ

     Entre mangueiras, cajueiros, goiabeiras e coqueiros, vive bons e felizes dias dona Dina, minha mãe. 
Sua casinha é de boneca, tudo bem limpinho e cheiroso. 
   Seu Zé, meu pai, quando vivia nos esperava deitado na sua redinha. 
    Hoje estamos aqui, como sempre nos feriados, mas falta o velho Zé. A dona Dina e a Jó preparam o peixe frito, marisco, camarão aquele feijãozinho esperto e o seu famoso companheiro, o arros.
     O suquinho de frutas colhidos  no seu pomar, com muito amor. 
     Depois cada um procura sua rede para relaxar. 
     É aí que bate a saudade, a rede do velho Zé está vazia.
    Debaixo do cajueiro, todos os dias ele fazia o seu culto a Deus, depois chorava de saudades escrevendo os nomes dos seus responsáveis, no sagrado cajueiro, marcado até hoje .
     Meu pai, homem íntegro, honesto, cristão das antigas. 
Tudo era pecado, ir ao cinema, cantar música do mundo, dizer palavras feias...
    No silêncio do seu mundo somente ele habitava, calado, sério, apaixonado pela velha, um sofredor. 
   Parece que estou vendo ele passeando pelo sítio, de braços cruzados, meditando e com  aquele sorriso triste. 
      Saudades de você velho Zé.







Comentários

  1. Realmente!!! pessoas queridas NUNCA se vão, só partem antes de nós!
    Dona Dina e seu Zé, serão SEMPRE queridos em nossas vidas!
    Um abraço pra dona Dina e SAUDADES do Zé!

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