Minhas Lembranças



Afloram-me as lembranças. 
Sou cria das águas salgadas do grande oceano,
Pedaço de terra, profundamente molhado, que se chama Mar. 
Lembro das noites escuras e uma luz de candeeiro na maré a brilhar. 
Uma canoa solitária, balançando pra lá e pra cá, e um homem, pai de família , está a pescar. 
Quando a sua rede lançar, pode vir, peixe, lagosta, camarão, 
Esse pescador não faz descriminação, encha a canoa que satisfação!
Amanhece e o sol no horizonte os seus raios jogam. 
Na praia, a canoa encosta, homens, mulheres, crianças esperam o pescado.
Com certeza hão de comprar, A família  anda debaixo dos coqueiros a catar, catembas,
Para acender  o fogo e o almoço  cozinhar.
Lá vem ele segurando nas mãos os samburás, cheios de peixes, lagostas, camarões, do alto mar; 
- Faz a trempe menino, põe a  panela no fogo, com água e sal, cuidado para não secar.
O cheirinho aperreia o nariz, o alimento cozido, está. 
Senta todo mundo no chão do quintal, o  pai, a mãe, os meninos e os vizinhos. 
O  peixe dá pra todos, que legal .Segurem as mãos é a hora da gratidão: 
Obrigado Pai de amor por esse pão. Amém... Comamos todos com alegria, 
Amanhã  pescarei outro quinhão, se o Eterno nos ajudar. 
Que lembrança boa, dá até vontade de chorar.

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