RUMO A UMA NOVA VIDA...


Peguei minha malinha e uma sacola e fui feliz da vida ao encontro do desconhecido, nunca tinha saído de Cabedelo e agora estou numa grande metrópole numa residencia com mais de cem moças
vindo de todo Brasil e do exterior.
Ao chegar encontrei as minhas colegas cheias de malas, cada uma mais bonita e bem vestida...

Foi a minha primeira vergonha..

A diretora me deu o número do quarto no segundo andar e nele já estavam três colegas. As meninas tinham seus enxovais tão bonitos, colchas de cama e bichinhos para ornamentar, muitas roupas, e adereços.
Fiquei com vergonha de abrir minha malinha com quatro lençóis santistas brancos, duas toalhas de rosto, duas de banho, minha pouca roupa e dois sapatinhos...
As meninas me olharam com uma certa admiração mas não me humilharam, menos mal.

Comecei a entender que tinha mais batalhas para enfrentar e que a solidão ia ser novamente minha companheira eu era a mais pobre do SEC inteiro.
Ao amanhecer recebi minhas atividades junto as colegas que como eu não tinham dinheiro para pagar o curso e a estada.
Lavar louça, secar, por e tirar as mesas isso de manhã meio dia e a noite, eu como a bolsa era integral tinha mais outro trabalho cortar todas as verduras do almoço e do jantar..
Fiz esse mesmo serviço durante cinco anos.
As pessoas que trabalhavam no refeitório ficavam admirada por que eu cantava enquanto trabalhava...

Enquanto minhas colegas repousavam para as atividades da biblioteca eu cortava verdura e as vezes era muita verdura que a cozinheira me ajudava.
Não me sentia inferior a nenhuma delas apesar de ficar triste porque muitas vezes eu não descia para as festas por que não tinha roupa e sapato a altura.
O meu objetivo ali era estudar e me formar para depois ter meu emprego e servir ao meu Senhor...

O meu diploma não ia ser inferior e eu tinha direito a usar todas as dependências da escola a biblioteca e os instrumentos musicais.
Eu agradecia a Deus todos os dias por aquela oportunidade apesar da solidão.

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