PASSEANDO PELO TEMPO...


Um caminhão para na rua Pedro Aleixo de Moura, em Cabedelo, trazendo uma família o pai, a mãe três mulheres e cinco homens.
O porto de cabedelo já o espera para trabalhar como conferente de armazém. 
A filha mais velha tem treze anos e a mais nova doze anos, duas meninas muito bonitas: cor parda, altas, olhos claros, cabelos cacheados e muito elegantes.

A mais velha com jeito burguês e a mais nova  bem relaxada, não está nem aí para os comentários.
A sua espera estava uma igreja e uma escola e mais nada, o pai avisa: Se eu souber qualquer coisa de vocês nem tem mais igreja e nem escola... É melhor mago no mato do que gordo no cu do gato. É melhor fanhoso do que sem nariz.
Homem não bate prego sem não tiver a estopa...
Já entendíamos que o nosso mundo era bem pequeno, mas tudo bem, o mundo dá muitas voltas.

A nossa vida ficou resumida numa rua, para nos limitar a escola e igreja ficavam na mesma rua.
As viagens e as festas da igreja nós não íamos, já estava de bom tamanho uma mulher saber ler e escrever e louvar a Deus.
Para melhorar eram membros da igreja um tio que nunca teve filhos era pai de um papagaio, e o avô grosso como uma porta... 

O papai não ia para igreja e nem mamãe, mas os guardiões da moral da família estavam armados como soldados e tinha poder para castigar..
Bastava um chamado de um deles e o papai nem discutia,.. Está castigada um mês sem igreja...Nem precisa perguntar quem era a vítima...
Eu precisava ser livre nem que fosse no meu interior dai nasceu a necessidade de criar um mundo a aparte.

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