CORDEL- COITADINHO DO DIABO

O pobre do desgraçado nasceu no Éden
Como o homem e os bichinhos
Mas tudo que aparecia de ruim era o coitadinho
O homem e a sua mulher logo se defendem
Fui eu não Senhor foi a cobra a serpente.
Sabe o que vou fazer com ela? De repente.

Ela vai se arrastar e comer poeira 
No dia que a vi andando saia na carreira
Vai ser inimiga da mulher as duas vão se estranhar
O mal feito será dela pode acreditar
Serão duas inimigas vão viver de intriga
E a semente da mulher que está em sua barriga

O tempo foi passando o mundo também
Esse pobre lá de baixo não passa do além
Vive aperreando os outros e não tem pra ninguém
Tudo de mal feito é obra dessa criatura
O mal gênio a falta de educação é diabrura
Será que essa gente não tem pena do inocente

A mulher trai o marido e diz fui eu não meu bem
Foi o cara la de baixo que me estimulou além
Dos maus pensamentos mostrou o homem também
Em casa a coisa pega o casal briga e vai as tapas
Tapa vaia e tapa vem desdém e tudo pacas
É uma doideira só ninguém é de ninguém

Na igreja nem se fala tudo foi o coitado
Nem água benta dá jeito pode por a vontade
Em toda criatura não importa a idade
Da criancinha de colo até a insanidade
Esse pobre não descansa vive debilitado
Até eu estou com pena desse pobre coitado

Deixa o cara descansar por caridade
Assumam a sua maldade
Nem sempre ele aperreia não se iluda
Fale a verdade diga eu sou um biruta
Vivo fazendo besteira e no infeliz pondo a culpa
Coitadinho do diabo ele não foge a luta.