A CORDA E A CANECA
A água, em Cabedelo chegou muito salgada, cortava o sabão e na comida nem prestava. O velho que no momento ainda era novo, cavou um poço. Nem era muito fundo, mas se tirava água com uma caneca pendurada numa corda. Duas meninas na história da vida, entravam. Imagino que a menina que roubava paciência era a corda, a outra era caneca, quando jogada no poço vinha cheia dágua...Mais velha um ano e três meses, porém dependente. Essas duas não se desgrudam é a caneca e a corda, dizia a mãe. Para se completar não pode ser igual tem que ser diferente, o cachimbo é diferente da boca. Vestido igual, sapato igual, pulseira no braço igual e o ''transilin''cordão de ouro para pescoço, também igual. Vestido que causou trauma, vermelho e uma flores de crocher brancas, porém, tinha umas bolinhas que balançavam quando as duas andavam, nesse questionamento as duas empatavam um a um. Na escola o ''bulingue'' par de jarro, tomé e bebé, se uma fosse no horário diferente estava com o vestido emprestado. Arrumadas e muito felizes as meninas diziam, vamos para igreja, a mãe dizia voltem uma para vestir igual, eu gosto, acho muito linda duas ''irmaezinhas'' iguais...A água e o óleo nunca se misturou, como pode se misturar? A irmã é da noite e a doideira é do dia, a irmã é do inverno e a doideira do verão, a irmã gosta de porta fechada e a doideira de portas e janelas escancaradas. A irmã se esconde de gente e a doideira devia se chamar maria aparecida. Contudo seria assim a partida ela voltaria primeiro para Deus. No dia vinte e três de março desse fatídico dois mil e vinte e quatro ela partiu...
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