MONÓLOGO- RECORDAÇÃO DA MINHA INFÂNCIA


Se eu me lembro?
E como lembro...
Da minha infância na praia de Acaú.
Meus pais ainda meninos, crescendo junto comigo, uma família feliz.
Um povo machista, conservador, crente batista, um povo santo que nem diz palavrão.
Somente JESUS CRISTO salva essa é sua religião.

Nessa pequenina praia eu nasci, é distrito de Pitimbu na Paraíba.
Todo mundo era parente, de sangue, ou entrava pelo casamento. 
Os Guedes se espalharam tanto no Brasil, que estão por todo canto.
Não tinha ônibus, nem carro particular, também não tinha lotação a travessia era pelo mar, de barco ou canoa.
Tinha duas igrejas: Uma era batista e a outra, católica.
Íamos a igreja, meu avô Antonio Guedes dos santos, minha avó Elvira Ribeiro Guedes e a primalhada puxada pela mão, formando corda de caranguejo.

Nas noites escuras, meu avô guiava a estrada com uma lamparina movida a querosene,  a criançada cantava os corinhos muito animados.

O tempo passou, nossos parentes a praia deixou, como educar tanta gente, meu senhor?
Nas férias eu sempre voltava, para os primos que lá ficaram, curtir. 
Ficava na casa de tia Suzana Guedes de Sá, irmã de minha mãe.
Também tinha a tia Quitéria Monteiro que tirou o Guedes quando casou.

Dona Secundina Monteiro Guedes, minha mãe, mulher braba que nem uma capota choca, ainda vive graças a Deus, essa não vai morrer tão cedo pela garra que tem.
Saudades desse tempo bom da minha infância que não volta mais. 

Marcou a minha herança social, meu DNA e meu caráter, que legal.
A Deus toda honra e toda glória, para sempre e sempre. AMÉM!

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