SER MÃE

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Ser mãe é ter dois corações, 

uma para amar e outro para compreender, 

com um ela se desmancha em alegria, 

com o outro sente a dor.

A alegria é imensurável e a dor é inevitável.  

Ao ver seu filho pela primeira vez ela logo sente uma alegria, 

mas de repente começa a olhar o filho 

da cabeça aos pés para ver se veio com alguma avaria. 

E a dor e o amor andam juntos toda vida. 

No começo é a cólica e o choro 

e depois a febre o desconforto, 

nascem os dentes, chegam as primeiras doenças.

Vem a escola, deixar numa salinha com uma tia, 

que nem parente é ninguém merece. 

Vem as birras, o moleque entendeu que manda no pedaço 

e vai jogar as cartas, e agora? como agir para educar sem ferir? 

Chega a  adolescência, essa vem com todo o gás.

-Eu vou.

-Não vai.

-Eu quero.

-Não dou. 

E nessa quebra de braço sofrem os dois.

Educar, dói e se não doer, não educa, 

se não educar vai sofrer a vida inteira. 

Ou dilema danado, e o coração precisa compreender 

que é necessário esse impasse. 

Aí o filho cresce, mas não cresce. 

-Esse menino ainda não chegou. 

-Vem cá menino eu preciso lhe falar. 

O menino se casa e torna-se pai, 

mas continua menino, nada se desfaz. 

E os dois corações ali batendo 

desesperadamente um ao lado do outro.

Lá vai a paz. A mulher mãe, 

convive com esses dois corações 

para o resto de sua vida. 

O amor e a compreensão, 

os dois moram no mesmo peito 

e tem que viver em harmonia.  

Compreender, dói.

ISSO É SER MÃE..!