DE MÃE PARA MÃE
Mãe, como posso esquecer a minha infância, dei muito trabalho eu sei, mas também você não me entendia.
Eu sei que foi difícil a nossa convivência, mas também você não compreendia que éramos idênticas.
Tínhamos muita energia, muita inteligência e língua que nem cabia dentro da boca.
Mas você era a mãe e não podia ser contestada, dizia e não queria ouvir, me batia quando tinha raiva, e não respeitava os meus sentimentos.
Gato e rato, uma correndo para se esconder e a outra correndo para se vingar.
A praia era pequena para tanta arte.
Até que um dia eu joguei as cordas e mostrei bandeira branca, mas a senhora continua a mesma não é?
Infância é apenas uma vez na vida minha mãe, e criança guarda dentro da alma o amor e a dor, As vezes acho que a dor veio em maior quantidade, mas quem sabe eu priorizei mais uma do que a outra.
Os anos se passaram eu virei mãe também, porém eu é quem sempre tenho que lhe entender, a senhora está sempre na reta guarda, eu continuo sempre errada.
A mãe aqui sou eu...
Todo mundo sabe dona Dina que você é mãe até debaixo d'água, é uma galinha protegendo os pintinhos, mas também tem os pintinhos e os pintinhos.
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