MINHA MÃE FALAVA POR PROVÉRBIO.

Ela teve um pai Europeu, Português, e eu creio que ela  aprendeu com ele, pois o admirava de mais.
Pois minha avó dona Maxímina Josefa da Silva era  uma mistura de índio com negro , segundo minha
mãe, eu não os conheci. Dizia minha mãe:
Minha filha, a ovelha mansa mama na sua teta e na alheia e a braba , nem na sua, e eu ficava a me
perguntar o que significa essa frase de minha mãe.
Depois eu fui compreender na  prática, o porque, ninguém me aguentava eu era braba como uma
capota choca.
Quem se mistura com porco farelo, come. Diga-me com quem andas eu te direi, quem és. E assim
sucessivamente.
Hoje eu vejo como a sabedoria popular é a base da vida, os homens falavam pela  sua própria experiência, era o dia a dia que lhe oferecia os conceitos.
Lembro do meu avô Antonio Guedes quando ele ia para rua e através da  posição da sombra  dos
coqueiros ele dizia a hora.
As vezes eu pensava que ele era capaz de ler  através da natureza. Como eu o admirava.
Os provérbios vem desse conhecimento que o homem  adquire convivendo com  a terra, os animais e o seu semelhante.
O conhecimento se dá através da convivência, ninguém pode dizer que conhece alguém se não com
viveu.
O conhecimento do outro tanto nos une, como nos afasta, dependendo do grau de semelhança  ou de
diferença.
Aprendi muito com a velha dona Secundina Monteiro Guedes dos Santos, minha mãe. Mulher sábia
e braba também, por isso nós não tinamos uma convivência pacifica.
TAL MÃE, TAL FILHA.
SAUDADES DA MINHA VELHINHA.



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