MONÓLOGO DE UM ESQUELETO.

Eita! Eu sou hoje o que serás amanhã,
Eu! Também  tive carne, o sangue
Correndo nas veias, creia!
Até quando dependi da medicina pra
Viver.
Um dia em agonia, entrei num consultório
De uma sala fria, me encarou um homem
De branco e eu disse assim: Doutor! Doutor!
Doente eu estou, preciso me curar, ouviu!
Ele muito sério, rabiscou uma receita e me
Deu.- Volte aqui quando tomar essa medicação.
Deu certo, não!
Começou daí a minha romaria.
Começando pela cardiologia, que agonia, fiquei
De mão em mão e ninguém tinha uma explicação.
No corpo, o senhor nada tem, quem sabe na alma
Meu irmão.
Fui definhando! definhando! Acabei dentro e um
Caixão.
Hoje sou apenas um esqueleto, dentro de um laboratório,
Passando de mão em mão.
Vejam que destino, virei uma caveira ambulante, seu menino!


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